Otimismo prudente, estabilização de valores e crescimento sustentado, são algumas das expressões que melhor caracterizam a perspetiva dos vários quadrantes do setor do mercado imobiliário para 2015 em Portugal.
Mas factos são factos e com um ano de 2014 a superar todas as expetativas, o otimismo para 2015 é, sem dúvida, uma realidade sustentada. A base desta sustentação são os indicadores que se destacaram em 2014.
O aumento generalizado dos imóveis transacionados a indicarem a transação de 58.681 imóveis nos primeiros 9 meses do ano (dados do INE), mostra que este número, para além de ser o volume mais elevado desde 2011, é também a primeira subida homóloga de transações que se verifica desde 2010 (+5,7%). A reforçar este indicador temos também o aumento do IMT, com os valores registados a superarem os 440 milhões de euros, numa subida de 29,4% em relação ao mesmo período de 2013. Esta é a primeira vez que se passa a barreira dos 400 milhões euros desde o início da crise.
Mas existem outros indicadores como:
- Maior acesso ao crédito
- Baixos valores da Euribor
- Spreads em descida estável
- Manutenção do valor por m2 para efeitos de IMI
- A estabilização das avaliações dos imóveis
- A diminuição do tempo médio para venda de imóveis
- A aposta clara e financiada na reabilitação urbana
Todos estes fatores em conjunto, tornam-se indicadores para este aumento da esperança no setor imobiliário nacional. Associado a estes indicadores de consumo interno, é imperativo considerar os vários estudos e análises, que apontam Portugal como um mercado apetecível para o investimento estrangeiro no ano de 2015, tal como já havia sucedido em 2014.
A procura no setor comercial, em localizações prime, é a preferência dos investidores estrangeiros com maior liquidez que aceitam riscos superiores aos de 2014. Por outro lado a procura do mercado residencial, impulsionado pelos Vistos Gold, terá também o seu peso (independentemente da polémica que gerou no final de 2014) principalmente no mercado imobiliário de luxo.
Mas apesar dos inúmeros dados positivos, existem alguns fatores e indicadores que tornam esta euforia controlada, mantendo o setor imobiliário em alerta.
Estes indicadores macroeconómicos não podem ser ignorados:
- A instabilidade dos mercados;
- A instabilidade politica em alguns países da zona euro;
- A baixa do valor do petróleo;
- A desvalorização do Euro;
- Assim como a desconfiança generalizada em instituições financeiras;
Independentemente de todos estes fatores, as perspetivas são caracterizadas principalmente, por otimismo e esperança, quer no crescimento quer na estabilidade da europa, do país e do setor. Desejam-se poucas ou nenhumas surpresas desagradáveis, mas principalmente uma clarificação de questões que teimam em retardar a recuperação e uma transparência nos processos que rodeiam os negócios imobiliários. É imperativo que exista uma contínua e crescente colaboração das instituições bancárias no acesso ao crédito, tanto às famílias como às empresas.
Espera-se que em 2015 possa reinar o otimismo e a esperança, por forma a afastar os receios generalizados da sociedade e do setor, trazendo assim uma maior liquidez e crescimento a um dos setores chave da economia nacional.
Por: Daniel Manco